segunda-feira, 21 de abril de 2014

Bianco

Olhos de jade milenar
Verde antigo, puído e por vezes lavado
Coração cristal.
Vivo, eterno, solar

Tanto maior é a luz
Mais escura é a sombra que ela oferta
Seu sangue, vinho
Cada lágrima, um mar

Traz a vitória no nome
E o amor na pele
Fronte audaz e fatal de felino solitário
O homem cinza por trás da fumaça

Tão sombrio quanto angélico
Tanto candura quanto lascívia
Pintura barroca, cores sóbrias
No seu corpo, trevas e há luz

Chora como quem se implora
E sorri o brilho dos que acreditam
Traz na alma tristezas perenes
E as saudades repetidamente vividas

Numa mão, o sangue rubro de amores findos
Com a outra, ergue um ramo de lírios
Para cada amor, uma dor
Para cada dor, uma flor



Nero

2 comentários: