Sou aquela casa no meio do bosque noturno cujo exterior é
banhado pela liquidez prata da lua que vagueia pelo céu. Sou uma casa pequena e simples. As portas e
janelas estão sempre abertas pra fora. Não existe iluminação interna, não há
vela ou candeia.
Escrevendo convido
para que entrem na casa escura. A bem da verdade, nem todos aceitam e poucos
entram, pois é necessário sensibilidade para encontrar a entrada. Muitos entram
e saem sem de fato conhecerem o ambiente, há os que não passam da sala,
tropeçam nos primeiros sentimentos espalhados pelo chão e logo se assustam. Há
também os que julgam possuir visão aguçada e exploram a casa empunhando criticas
e opiniões na tentativa de clarear o caminho, mas pobre do que se vale de olhar
analítico no que se diz respeito à sentimentos. Palavras já são muito falhas na
comunicação, mas quando o se trata de se expressar, o resultado final oscila
entre o frustrante e o lamentável.
Portanto, se puder se jogue. Banhe-se de madrugada no mar
e caso possua coragem e força, entre na casa, mas se guie pelo sentimento e
pelo aroma que ele exala, tateie com a alma cada memória dependurada nas
paredes e sinta os quadros temporais da vida que ali habita. Viva o que vivem
os poetas, se banhe de palavras alheias e por certo irá entender que você é e
vive a própria poesia.
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