quarta-feira, 24 de julho de 2013

Casa Escura



Sou aquela casa no meio do bosque noturno cujo exterior é banhado pela liquidez prata da lua que vagueia pelo céu.  Sou uma casa pequena e simples. As portas e janelas estão sempre abertas pra fora. Não existe iluminação interna, não há vela ou candeia.

 Escrevendo convido para que entrem na casa escura. A bem da verdade, nem todos aceitam e poucos entram, pois é necessário sensibilidade para encontrar a entrada. Muitos entram e saem sem de fato conhecerem o ambiente, há os que não passam da sala, tropeçam nos primeiros sentimentos espalhados pelo chão e logo se assustam. Há também os que julgam possuir visão aguçada e exploram a casa empunhando criticas e opiniões na tentativa de clarear o caminho, mas pobre do que se vale de olhar analítico no que se diz respeito à sentimentos. Palavras já são muito falhas na comunicação, mas quando o se trata de se expressar, o resultado final oscila entre o frustrante e o lamentável.

Portanto, se puder se jogue. Banhe-se de madrugada no mar e caso possua coragem e força, entre na casa, mas se guie pelo sentimento e pelo aroma que ele exala, tateie com a alma cada memória dependurada nas paredes e sinta os quadros temporais da vida que ali habita. Viva o que vivem os poetas, se banhe de palavras alheias e por certo irá entender que você é e vive a própria poesia.



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